terça-feira, 29 de abril de 2014

Dia que não é dia

Depois de ser atropelada por diversas emoções, pensamentos e lembranças, uma noite de sono pesado foi pouco. Acordo como se ainda estivesse esgotada, com a cabeça pesada, me recusando a olhar para fora da janela e fazendo apenas o mínimo necessário. Um banho não suficientemente quente, no frio que começa, e nada de despertar - não meu organismo, mas sim minha vontade de fazer alguma coisa. Luto contra mim mesma para me arrumar e vestir aquele sorriso, mas o tempo vai passando e nada parece preencher esse vazio no peito.

Desisto. Choro. Arranco minha roupa e apanho aquele moletom, grande e confortável, me sentindo um pouco mais acolhida ao vesti-lo e pensar que preciso de paz. Deitar na cama, ligar a tv e não assistir nada além dos meus próprios pensamentos. Dormir com as gatas enroscadas nas minhas pernas e cobertas. Me sentir um pouco mais comigo mesma. Quem sabe, conseguir escrever, desenhar, criar, qualquer coisa que me faça sumir no meu próprio universo particular.

Penso que é besteira, que eu deveria sair de qualquer forma, que é drama demais. Mas não, algo me acorrenta em mim mesma e hoje tudo parece difícil demais, como um dia que é noite, como um dia que não é dia. Fecho as cortinas.

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