terça-feira, 28 de outubro de 2014
Aceitar para ser.
Me cansei, como constantemente me canso, não só dos preconceitos... mas do pré-conceitos formados sobre mim. Ainda mais de pessoas que me conhecem bem o suficiente ou então estão tão próximas, tornando possível enxergar uma vida "caleidoscópicamente" bonita. Por vezes dolorida, doída e doida, mas essencialmente bonita, pura.
Sim, sou ariana ferrenha, daquelas que dá cabeçadas quando nem parede tem, com um ascendente em peixes pra lá de emotivo... sou desembestada, meto a cara e mergulho de cabeça no que eu bem quiser, pago pra ver, dou a outra face, odeio perder tempo, adoro inventar novidades e coisas a se fazer "pela primeira vez". Sou eu, totalmente, sem amarras, sem pauta, sem prisões.
Por isso mesmo, ou talvez seja a causa disso tudo, sou extremista. Como disse Bukowski, "eu quero o mundo todo, ou nada". Amor e ódio, vontade ou indiferença, presença ou ausência, fervendo ou gelado, e por ai vai. Motivo que me faz pular fora de situações, de pessoas, de ideias, na mesma intensidade com que me atiro nas mesmas. As vezes até eu me incomodo, mas confesso que com o tempo estou aprendendo a lidar comigo mesma.
Diante de tudo... algo que absolutamente eu não sou, é mente fechada. Até aberta demais. Pseudo-cult fanfarrona. O que me possibilita ser assim, caleidoscópica, criativa, mutante. E mudar não é necessariamente começar algo do novo, transformar totalmente, pode ser crescer, dar novos sentidos, somar.
E mesmo desvairada, aparentemente desvirtuada, intensa, eu também tenho um coração. Oh se tenho, até demais as vezes. Por isso, eu também seu perdoar, também sei pedir perdão, me redimir, olhar de novo pra algo que não foi certo da minha parte ou de outros... engolir meu orgulho? Sim, por que não? Até mesmo dar valor para conceitos que pareciam perdidos, passar por cima de desentendidos, mudar de ideia.
O que me dói é ver que tem gente que não consegue apenas respeitar tudo isso. Apenas peço que respeitem, não precisa entender para aceitar.
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Descrença
Só queria fingir que ainda consigo, ou melhor, acreditar fielmente nisso. Ainda mais quando o silêncio chega e o frio me consome cada partícula de esperança.
As vezes parece uma neurose que bate como a brisa e vai embora, quando não estremece minha alma inteira. De vez em quando, acho que é puro medo ou falta de prática, para depois me convencer de que já não tenho mais a menor paciência ou que literalmente perdi a fé.
Passou tanto tempo assim? Ou sou apenas eu que imaginei ter ido embora e permaneço ali, naquela descrença? Doi. Doi muito ver que o nada pode, na verdade, ser aquele pingo que vai transbordar tudo.
E se essa incapacidade de acreditar novamente... me fizer perder o que é real? Se me fizer me perder de mim mesma? E se permanecer assim, sendo apenas uma duvida?
Entendo agora que o silêncio também é choro. Talvez o mais doloroso e dono das lágrimas mais ácidas que já experimentei, corroendo o que acho que não existe nesse universo particular.
Eu queria era voltar. A acreditar, a me permitir, a me entregar.
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Escuridão
Consigo sentir a escuridão se aproximando, me consumindo, me enterrando em minha própria cova moral. Aqui encolhida, sinto o cheiro da dor, que vem rasgando o que sobrava do meu juízo.
Não, não estou louca. Estou apenas afundada numa consciencia exacerbada sobre mim mesma - quem disse que se olhar nua e crua é fácil? São tantas marcas, tantos nós, tantos buracos remendados e vazios, tantas lágrimas secas... que a visão assombra.
Queria não lembrar, queria não sentir. Quanto mais mergulho nesses sentimentos, mais me machuco, mais percebo que me falta fé. Me falta acreditar.
sábado, 13 de setembro de 2014
Porto
Sonhos confusos, mar, vestido, luz rosa do fim do dia, balões, escadas, perseguições, telefonemas, detalhes.
Desperto, bem antes do que queria. Permaneço ali, deitada, fitando o quarto a meia luz e é seu cheiro em minha cama que me acorda. Me aninho entre os travesseiros e abraço um urso que poderia ser você, lembrando do seu olhar sob mim e nossos risos. Te amar e te querer são fatos agora tão ardentes, que me tiram a esperança de dormir um pouco mais.
No misto de lembranças de você e dos sonhos, tentando me entender, decido ir ver o mar pela janela. Esse mar que me trouxe até você, quando eu achei que ele só poderia levar esperanças e trazer frustrações. Esse que em ritmo faz meu coração bater mais leve. Pego a sua camera e decido captar algo que traduza o meu olhar, as vezes poeticamente desmedido.
Desisto, respiro fundo e me delicio com o momento. No fundo, todas essas imagens, gravadas e mentais, só me aproximam da minha própria confusão - aguardando a sua calma pousar em mim, deixando tudo mais claro, mais fácil de ser vivido e admirado.
sábado, 6 de setembro de 2014
Resquícios, não relíquias.
Mas você, que um dia me ensinou a brincar com as pessoas, com a vida e a morte, continua aí e bem longe - onde deveria estar faz tempo. encenando as próprias ilusões. Ironicamente, esse continuar não é avançar e de algum modo eu sinto daqui a sua estagnação, as suas dúvidas tão escondidas, coisas que eu preferia nem saber, porque no fundo eu desejei o melhor para você (mesmo não tendo nenhum motivo para isso).
Hoje parece um século depois de seu grande ato sem aplausos, porque eu segui, camaleônica e verdadeira como sempre fui e tentaram podar. Mesmo não tendo raízes visíveis, as minhas crescem absurdamente, se enroscam, se enrolam em mim mesma, se alimentam de tudo o que a vida me oferece e me tornam forte como nunca fui. O sol volta a brilhar bebê, aceite.
De todas as coisas que eu deixei para trás, não são apenas livros e arquivos, velas derretidas e memórias desconstruídas - não sinto a menor falta de nenhuma delas, para não dizer que cada vez mais elas escurecem e somem. Incrivelmente algo ficou, um universo novo e aprendizados vindos de tudo o que quase me matou, porque a morte existe em tantos sentidos que ninguém poderia saber até vivenciar. De verdade, há algo que permaneceu em mim e desejava ardentemente que tivesse ficado para trás, naquele pacote escondido no seu armário: essa falta de confiança, esnobe, rude, asquerosa.
Eu quero mesmo um dia me livrar disso, dessa defesa, dessa fuga, dessa falta de suavidade que faz com que tudo seja assim, um grande jogo, tudo pareça ter um porquê maligno e pronto para me puxar o tapete e deixar ali, naquele buraco de novo. Sabe aquele meu amor incondicional por todas as coisas? É o que me salvou e o que me salva todos os dias, mas, quando tudo se silencia... esse resquício volta e assombra todas as minhas certezas. Nem os Deuses sabem como foi difícil chegar até a superfície novamente, então, de tanto que morri, sou capaz de matar todas as faces que restaram desse caos para nunca mais voltar a parecer você.
Então não volte, não me procure, não finja que ficou tudo bem e existem relíquias a serem preservadas. Não me peça um sentimentalismo barato, nenhum saudosismo, me contando o quanto te dói me ver feliz e alguma paranoia. Não, simplesmente não, nada disso existe, você morreu aqui muito antes de minhas malas estarem feitas, e caramba, como isso é bom! Com o tempo, até a poeira que agora assentou, vai sumir.
Enquanto isso, meu sol brilha, danço com meus allstars sujos e não penso mais nisso - acordei assombrada, mas já soprei para longe essa lembrança e me permito, daqui pra frente, a ser ainda melhor e maior do que meus medos.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
"Separô toda minha correria"
Percebo que nem tudo precisa ser um furacão, que a brisa leve batendo no rosto e trazendo um sorriso já vale o dia inteiro. Que o copo se enche e se esvazia em seu próprio tempo, no ritmo da conversa, que flui doce. A correria já não é tão caótica e cheia de caminhos, atalhos, desvios, tudo ao mesmo tempo, passo a saber meu destino e vou bem acompanhada. As coisas mudam, mas não como se toda aquela minha fúria não tivesse sido necessária para chegar até aqui - e foi, oh se foi.
Conheço agora a sensação de viver com a cabeça nas nuvens e os pés no chão, algum equilíbrio que tem me feito tão bem quanto uma boa noite de sono, aquelas que já não tinha mais e voltaram a reinar lindamente. Mas sim, é engraçado, o frio na barriga de não saber se é o correto e, ainda assim, saber que é ainda mais correto e bonito do que julgava ser. Aquela dúvida de que caminho tudo vai tomar, enquanto sei que tem sido o mais florido por que já passei e certezas disparam na minha porta. Aprendi que o convencional e o "certinho" em alguns casos é bonito, satisfaz, faz sentido, me surpreende... e eu literalmente não conhecia.
De repente me sinto tão menina quanto nunca fui, não deixando de ser a mulher que me tornei - que passou por tanta coisa que chega a ser impossível contar. Tudo ganha mais graça e eu aprendo, dia após dia, que planejar, plantar, regar, ver crescer, admirar as pequenas evoluções, administrar o mau tempo, me surpreender com uma nova flor... é bem melhor do que simplesmente comprar um vaso pronto e colocar na minha janela.
terça-feira, 22 de julho de 2014
But it was not your fault
"Chore por si mesmo, meu amigo
Você nunca será o que está em seu coração
Chore, pequeno homem leão
Você não é tão corajoso quanto era inicialmente
Avalie-se e recomponha-se
Pegue toda a coragem que te sobrou
Desperdiçada em consertar todos os problemas
Que você criou em sua própria cabeça"
terça-feira, 8 de julho de 2014
Do peito ao lixo
O fato é que eu canso. Jardins sem flores me entediam. Meu forte nunca foi a monotonia, o comodismo, a tranquilidade mais caracterizada pela inação do que pela leveza da palavra, a falta de paixão pela vida em sí, o sorriso sem sentimento, conversas mal conversadas, esperas indefinidas. Sempre odiei essa falta de sentido, essa falta de ter pelo que viver e morrer, essa falta de fazer valer a pena.
Será que você sabe como é se sentir inteiramente vivo em cada coisa que faz? Como se seu ser explodisse e brilhasse tanto quanto sua própria estrela? Desejar cada coisa com todo o seu desejo e se entregar? Não consigo não ser assim, eu tenho que sentir, fazer, agir, ser. Viver é tão maior e tão urgente, não suportaria ver todo esse poder escorrendo pelo ralo.
Lágrimas seguem esse suspiro. Frustração? Perda de tempo, como tudo tem sido. Questionamentos sobre como fui me meter nessa história, de mentiras tão caladas.
Confronto
Saber, ousar e calar. Há outra alternativa? Voltas e voltas e tudo se resume a essa trindade maldita - onde já não calo consciente, sim por não haver meios de expor verdade alguma. Se é que são verdades ou apenas tormentos de quem se descobre uma tábula rasa, mais rasa do que já imaginado, ainda procurando alguma fórmula para levantar seu castelo de areia numa noite de tempestade.
Me sinto sendo testada e marcada, a ferro e fogo, sem pausas para tomar ar, apreciar a brisa e contemplar o céu. O segredo já não é recuperar as forças, mas descobrir que uma mente despedaçada pode voar e contemplar o voo, seja pela ignorância, pelo conhecimento, pelos prazeres, pelos sentimentos... Até mesmo pela dor de se olhar diante do espelho, nua e crua.
Algo me leva longe, me demora, e então me puxa de volta, com toda a força e brutalidade da colisão com a realidade. Os olhos brilham, a mente borbulha, tambores tocam fundo no peito, há um quê doce em toda essa força, funda em mim.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Despacho
desesperos despercebidos,
desinteresses ou desleixos,
destemperos guiando desrespeitos,
desentimentos motivados por desemelhanças,
desventuras em desamores,
desvios de deslumbramento...
Desiludem.
Desolam o amor que nem chegou a ser,
despacham o sentimento.
Desperdício.
E fim.
domingo, 6 de julho de 2014
Indefinida
Buraco noturno
A noite cai bêbada em algum colo, brindando estes sorrisos tão frios e distantes quanto a mente entorpecida que os observa. São tantas guerras particulares, pequenas batalhas internas, que descansam banhadas pelo brilho da lua num quarto que não é o seu. E é vazio, frio, como o buraco que descubro no meu peito.
Fica.
mas parece apenas mais uma dança solitária
uma canção que não pode ser ouvida
um suspiro doce perdido no meio da multidão
É tudo aquilo que eu queria mudar com você
Um jogo que pode ser vencido
e eu me vejo jogando sozinha,
em rua nebulosas que me levam até você,
quando ainda estou tentando pegar
o atalho contrário
E se eu nunca puder te contar a verdade?
E se eu nunca pudesse te contar
que tenho pouco tempo para amar você?
E, céus, isso é o que mais quero fazer
Se eu deixasse a razão contar
O tempo escorreria pelas minhas mãos frias,
tentando encontrar um jeito de ter você
e um pingo de esperança
Olho você e percebo
que nunca tive tanto medo da estrada
nem tanta vontade de ficar
Quando seus olhos dizem que sim,
por quê meu coração entende que não?
Agora eu só te peço para ficar
Não, não me deixe ir embora
porque tudo que eu quero
é demorar nesse seu olhar
e ter algo bom para lembrar
Apenas segure minha mão
e não me deixe sumir na névoa
do meu próprio coração
Porque o que eu sinto com você
dá ao meu coração uma trégua
Talvez você também sinta,
desde o primeiro dia,
que tudo isso poderia ser verdade
Então não demore
não quero mais me perder
nessa sua cidade
De todos os sorrisos,
eu escolhi deixar você ser o meu
Então, ou vem, me deixa saber
que não estou brilhando
sozinha na escuridão,
ou vai, porque a solidão também é presente
sábado, 5 de julho de 2014
As Riots estão vivas
Camaleônica e transbordante
Passei dias enfiada em memórias e tentando me reconectar com uma face perdida minha, como se ela pudesse retornar das brumas e voltar a ser aquela menina que ainda acreditava em todos os sorrisos... Aquela menina leve de cabelo comprido, cacheado e vermelho fogo, vestidão hippie azul, allstar preto sujo de areia, bolsão de lado cheio de tinta, sorriso sincero, brisa batendo, numa rua de pé de moleque e casarios que formavam meu paraiso infernal. Inspirações desordenadas e transbordantes, dúvidas e certezas coloridas, sem medo, sem amarras.
Essa é minha essência, no momento mais liberto e livre da minha vida, um EU tão vivo e refletido no meu rosto de neve, nem menina nem mulher, acreditando que a qualquer momento seria possível pegar um taxi para a estação lunar. Mas, agora, onde está?
Anos se passaram e eu também passei, por mim mesma e por coisas que eu jamais imaginaria, nem mesmo suportar. Mas também passei por sorrisos tão bonitos e experiências tão grandes, que me fazem acreditar que não sou apenas o que está aqui, há uma imensidão de gente, lugares, bagagens e tudo o mais que se possa imaginar dentro de mim.
Percebo então, que além dessa confusão interna e uma suposta maturidade, surge uma força que desconhecia. Algo grita, agora, um grito de liberdade, e vou amplificá-lo até que os olhos mudem de cor e eu consiga organizar essa bagunça, botar para funcionar o misto do que eu sinto agora em comunhão com aquela que tinha me esquecido, mas jamais deixei de ser. Não quero mais voltar, quero somar e transbordar novas cores, voltando a ter fé, na vida, em mim, no ser humano, no amor, na taba e pé na estrada... todas as estradas dentro e fora de mim.
sábado, 28 de junho de 2014
Coração vagabundo
Era para ser bom, mas agora sinto o misto de dor, agonia e esperança, resultados do que eu já não me permitia sentir, e me entorpeço. Entorpeço minha mente e minha voz pra já não mais dar importância aos dramas desse coração - que não somente se recusa a ser entorpecido, quanto tem a mania de sentir demais, ou de menos. Dessa vez, foi o demais que me nocauteou.
sábado, 21 de junho de 2014
Yule
Abro meus olhos e as janelas, emocionada, fitando o céu, agradecendo até mesmo pelas dores e por tudo que conquistei mesmo assim. Agradecendo por essa nova etapa. Está nublado, mas eu sei que você está lá Sol. Respiro fundo e o a luz invade minha alma, meu coração, meus pensamentos... minha vida. Vejo que a Criança da Promessa, o Deus renascido, também renasce em mim, renovando minhas esperanças, me dando aquele fôlego que tanto esperei e a certeza de dias melhores.
Lágrimas começam a cair. Já não de dor, como aquela que achei que ia me devorar, mas de emoção por tudo que passei e pela força que descobri em mim mesma, aquela que eu achava que jamais teria. Vejo que sou maior, que posso brilhar através da escuridão e que Eles jamais me abandonaram, me ensinando mesmo pelos caminhos mais tortos e aparentemente sem sentido.
Olho para dentro, relembrando cada momento dessa Noite Escura que dominou minha vida, parecendo nunca ter fim, parecendo me acorrentar em mim mesma e ir quebrando meus ossos, meus sonhos, meus sorrisos. Eu os via despedaçados pelo chão a minha volta e nem sequer tinha força para recolhe-los, para tentar fazer alguma coisa com tudo aquilo que ia escorrendo pelas minhas mãos vazias. Pensei que aquilo fosse me destruir, que não iria suportar, vendo tudo se fechar ao meu redor e esquecendo do brilho e do amor que sempre tive.
E então, aquela mesma escuridão me deu as ferramentas e a sabedoria, não só para supera-la mas também para usá-la a meu favor. E eu dancei sobre os corpos caídos, já não uma dança de ira, e sim uma dança de amor por mim mesma! Triunfante, bela, serena, determinada. A Mãe me apresentou faces que até então eu era incapaz de encarar e de viver tão intensamente, e eu as usei, e eu as vivi, deixei que essa força e sabedoria me dominassem para abrir caminho para mim mesma e para que Ele retornasse, trazendo toda sua beleza, toda sua luz, sua esperança e o amor crescente, puro, inocente, poderoso, abençoando esse meu novo mundo.
Com o Seu retorno, inconscientemente fui deixando para trás tudo o que já não servia mais, me livrando de amarras, abandonando tudo aquilo que ainda pesava em meu coração... e dessa vez, sem sofrimento. Abro espaço para o novo, abro espaço para que o amor e a luz voltem a reinar docemente, me trazendo toda aquela energia e poder do novo, olhos brilhantes e sorriso sincero. Seja bem vindo de volta Sol.
Ao mesmo tempo que não sou mais a mesma, tendo passado por mais do que posso acreditar, volto a ser aquela de quem tanto senti falta. Minha essência acorda, meu Eu grita de alegria e minha criança interior comemora, me recebendo de volta, me trazendo aquele amor incondicional, aqueles sorrisos, aquela leveza, ternura e sensibilidade que eu conhecia tão bem. Essa sou eu, acreditando que o amor é sempre o caminho.
Então hoje eu celebro, a Roda gira, agradeço. Agradeço pelas sombras que se foram, por ter conseguido encarar minha face negra, por todo aprendizado e sabedoria, por todo o amor que sobressaiu mesmo em tempos difíceis. Agradeço a Ela, Suas asas me curando, Sua força me resgatando, Sua independência me acordando e fazendo agir. A Ele, que mesmo imerso em escuridão, me ensinou a ter paciência e esperança. Agradeço a todos que estão comigo, em todos os planos, e por ter não só retornado ao seio da minha própria família, mas ter encontrado (ou reencontrado) uma família que escolhi chamar de minha. Vocês foram essenciais nesse despertar.
Fica aqui o meu desejo de que essa Roda Escura esteja sendo profunda para todos aqueles que necessitam, de que o Sol preencha suas vidas e nos traga um Yule maravilhoso. Que o Sol volte a reinar e possamos renovar nossas esperanças, renascer junto com ele, deixando tudo o que for necessário para trás. Que independente da crença, essas bençãos se estendam a todos. Fica meu amor para vocês, sempre incondicional, sempre acreditando, sempre brilhando.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Crônica de um amor ilusório
Ela, fantasiada de uma personagem louca, estará a sonhar que ele pode ser seu Bukowski. Ele, apaixonado pela paixão e mais nada, sonhará que ela poderá vir a ser sua Isolda. E esquecendo-se das diabruras cometidas pela amargura e do peso que por vezes pode sentir ao carregar tantos sonhos e tantas esperanças, eles falarão de coisas que estar-se-ão dispostos a acreditarem reais e profundamente sentidas.
Conversando, deixarão para trás o mar murmurento e caminharão até um bar - o qual poder-se-ia acreditar saído das páginas do "Crônicas de um amor Louco" - que estará repleto de boêmios, artistas, miches, prostitutas, enfim, apinhado de personagens bossa Anjos da Noite.
A única mesa ainda solitária será encontrada lá, bem no fundo do bar. Eles sentarão, pedirão um whisky, enquanto ao lado, nas mesas ao redor, personagens boêmios e embebedados estarão trocando beijos, risos e abraços escandalosos.
Ela girando com a mão esquerda o copo de whisky, lhe dirá, sorrindo: - Gosto de ti, baby. Gosto porque sei que dentro dessa sua imensa solidão interior - somente amenizada pela sua paixão pela paixão - você consegue arrastar-se daqui; ferir-se dali; roçar a felicidade num extremo; mergulhar no outro; mas, teimosamente, manter acesa dentro do mais recôndito de ti, a chama da paixão pela sua própria paixão.
Ele ouvira. O que tem a dizer? Nada, somente ouvira. E então, lembrará de alguma coisa linda, lida, que dizia mais ou menos assim: "Palavras, palavras. Não será tudo palavras? Palavras que a paixão destila, essa paixão fingida e falsa que nada revela, nada sente, apenas expressa, dá-se gratuitamente e espera um exercício, para chegar a algum lugar."
E - verdadeiramente - ele dirá: - Ela, a paixão, não será assim mesmo? Uma dissimulação? Uma expressão? Um mero jogo de embustes? E os apaixonados, não serão vendedores de ilusão?
Ela passará delicadamente a mão no rosto dele, e sussurrará repetidas vezes: - Bobo, ah seu bobo! Ai complementará, maliciosamente - ainda iludidamente louca, que encontros bukowskianos jamais podem terminar numa mesa de bar. Então muita coisa estará por acontecer dentro dessa invertida trilogia.
Mas o dia raiará. E, em o dia amanhecendo, com certeza cada um irá para o seu canto. Ela, ainda sonhando em encontrar o seu Bukowski - encontrara, encontrará? Ele também ainda a sonhar com a vinda de sua Isolda - virá? Não sei baby.
Ela talvez venha a dizer: - A gente volta a se encontrar. Certamente - ele responderá monossilábico antes de se despedirem com um leve beijo na boca.
Eles, iludidos ou não, terão sido felizes, Momentaneamente? Inutilmente? Não importa, desde que se repita. Afinal de contar, o raiar de um novo dia sempre foi, continua sendo e será um novo dia, não é baby?
(Crônica escrita em 2009 para alguém que nunca foi um amor)
O amigo e a sede
Mais ou menos, generalizando, há três tipos de amigos quando você está feliz.
O que vai falar "nossa! o que aconteceu? conta conta!", um segundo que vai falar "ah é? eu também, lembra daquele cara que te falei?, e o último, "ahm... passa a água?".
Com o primeiro, você pode se decepcionar porque ele nunca diz nada, quem fala é você. Com o segundo, você pode se decepcionar porque ele fala o tempo todo. Quem fala não é você. E com o terceiro você pode se decepcionar, mas só até perceber que você é fundamental na vida dele.
Com o tempo, você vê que a sede é só para te fazer sentir útil na vida dele, e que é o mesmo jeito tímido dele demonstrar o quanto gosta e precisa de você. Ele sempre vai ouvir, mesmo que tenha só comentários sobre a água estar muito gelada. E sempre vai falar, mesmo que seja para pedir mais. E quando você achar que está tudo acabado porque cortaram a água, ele vai chegar com uma coca-cola. Vai ver que essa é a tal da amizade verdadeira, a que fala e escuta, que que independente do que acontecer sempre existirá, e quando você menos esperar, vai te acrescentar algo.
Por falar nisso... Tô com sede, tem água?
(Texto escrito há alguns anos para meu eterno amigo Bruno Rosas, entre trancos e barrancos mas o amor mais amigo que eu poderia ter ao lado, sempre)
Quero
Como autodefesa, nos privamos de lembranças, de situações, de pessoas, de pessoas, do que for. Privamos-nos, para não sofrer. Trancafiamos-nos em nossas próprias ilusões, mentimos para nós mesmos - e não que isso seja consciente e proposital.
Pode ser que um único "por quê" revolucione um mundo em apenas um segundo, como é bem possível que uma única certeza revolucione uma vida. Assim como uma simples pergunta pode gerar as maiores surpresas: o que você espera da sua vida?
Cada um com seus objetivos, cada um com suas certezas tão certas ou incertas quanto sua própria razão, com seus projetos... Mas creio que tudo gera em torno de um mesmo fator, a realização, seja como for, em diversos âmbitos, mas que seja plena.
Eu, por exemplo, quero continuar estudando, trabalhando, mas não somente trabalhar para mim mesma e para ter dinheiro para a cervejinha no final da semana. Eu quero ser reconhecida, quero colaborar com o mundo, construir algo, nem que seja uma ideia, um conceito, para muitos, ou para quem merece. Quero fazer o que gosto. Quero sentar com bons amigos e levar a fio discussões saudáveis e intermináveis, quero apoiar e admirar, quero apoio e admiração. Quero sorrisos sinceros, quero incentivo às minhas ideias, quero ajudar a realizar sonhos.
Quero também um grande amor, pra vida toda, talvez. Quem não quer? Não pela aparência e não pela admiração, porque um dia tudo acaba ou decepciona. Mas um amor que vá além disso e me renda momentos de felicidade intensa, sorrisos sem igual, um companheiro de verdade, que me olhe como sou e além de completar, acrescente, cresça.
Quero não plantar uma árvore, mas um jardim, uma horta, quem dera um roseiral inteiro. Plantar uma semente agora, como uma atitude, pensamento ou projeto, e lutar por ela, regar, proteger, ver crescer, firme, forte, saudável e muito, muito bonita.
Isso são certezas - sim, são. Mas provindas de questionamentos, e sujeitas a revisões, e principalmente, aprimoramentos.
Sobre a vergonha tão bonita
Corro para me esconder dentro de mim mesma, encontrando ali aquela menininha que nunca fui e verdades acorrentadas, deixadas apenas para mim mesma e povoando meu infinito particular com brilhos de diversas intensidades.
O fato é que você realmente me olha, e eu volto, deixando escapar o quanto gosto de estar ao seu lado, mas acho que você não sabe, ou que é cedo para eu dizer. E é naquele beijo combinado com apertões que me tiram o ar, que aquela menina cresce, voltando a ser apenas uma mulher, e sinto seu coração acelerar, seu cheiro, sua pele tocando a minha. E ao mesmo tempo que sinto tudo, me inebriando pro detalhes, viajo para tão longe e tão ali, em você. Apenas.
Mas a realidade bate a porta e volto a colocar os pés no chão. Me flagro escrevendo, pensando, sentindo, rindo das nossas coincidências e do quanto não sou assim, admirando cada detalhe seu. Pera, não, nada disso faz sentido e a alma pede um pouco mais de calma.
Respiro, fundo. Espantando a névoa apaixonante. Mas ai vem você, de novo, também com as bochechas vermelhas e tudo aquilo que tem me feito sorrir, me puxando pela mão e trazendo tudo novamente.
Paro de pensar, e sorrio de verdade.
Esqueci das palavras
Tanto e muitos pensamentos tagarelando na minha cabeça, e eu não tenho o que escrever. Até mesmo o barulho das teclas duras se torna suave e a playlist repete milhões de vezes, sendo que eu nem reparo mais em que música está tocando. Roda, roda e roda.
A palavra não é só meu meio de comunicação, são os dedos uma ponte entre a mente e um novo mundo onde a palavra é minha ideia materializada num jogo de acaso e fatalidade, como em qualquer um em que se lançam dados. Ela pode percorrer todo universo e não ir a lugar algum, de nenhum a qualquer um ou sair balbuciando meu be-a-bá pelo mundo a fora ou no ouvido de alguém.
Esta atual incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto (de quê?) procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Até mesmo de mim mesma. E acabam por ficar meias-palavras, meias-calças e meio-fios.
Assim descubro que o que eu não sei dizer tem mais importância até mesmo do que digo. Parece que as palavras me impedem de dizer a verdade, nua e crua, como navalha na carne.
Por fim, não há palavras.
Como também não há explicação abrangente e justa sobre cada momento-comum tão meu e tão pouco compreensível, que acontece da tela pra cá.
Continuo sem ter o que escrever, ou sem saber separar uma coisa da outra.
E insisto que todo homem tem uma sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma linda aurora.
Máscara
As vezes eu queria ser menos humana.
Queria ser menos coração.
Queria estar menos sujeita.
Queria ser mais.
Dar razão a quê? Aos sentimentos ou á lógica? Razões e caminhos tão diferentes que sempre levam ao mesmo lugar. E por que pensar na razão? E por quê pensar? Sigo andando sem pensar no porquê disso e daquilo, apenas que o que tem que ser é... Se não, nme passa por mim. Novamente a entrona da lógica, sempre sem ser convidada.
Não consigo
Eu queria escrever sobre o que eu não sei, sobre algum momento que não passa, sobre uma música bonita que não para de tocar, sobre o barulho do mar invadindo minha janela a noite.
Queria poder explicar alguma coisa, entender o motivo de tanta cosia que gira em minha mente... E não tem como sair, não tem portas, janelas, brechas. Queria mandar tudo para o espaço, que se percam na luz, no tempo, em si mesmos, mas não em mim.
Me persegue na rua vazia a noite, como uma brisa trazendo um perfume que poderia ser desconhecido, não é almíscar nem vinho, mas me incendeia. Chove fino e o horizonte parece tão longe quanto o meu pensamento, que não volta, não tem controle, não me abandona. Um riso doce perdido, sem motivos.
O silêncio se torna música para meus ouvidos, a música que não acaba mais... Eu não consigo chegar em casa. Quero apenas deitar a cabeça no travesseiro, tentar dormir, e com você brilhando no escuro... apagar.
E acordar ainda sem saber.
Eu?
Tá bem, não quero ser tão normal quanto os outros pensam. Como se isso fizesse sentido, estivesse estampado na minha testa e não fosse tão irônico (imagina, irônica? eu?). Ouço música no chuveiro, não perco o fôlego lendo alguma tradução dos livros de Saramago, misturo tintas e esqueço os pincéis, não faço as coisas numa ordem muito lógica, esqueço do que não me interessa, não tenho medo de barata nem de avião e nem de elevador, não suporto o sol mas acho bonito, sigo meus sonhos e não a moda, não tenho raízes e estou perdendo as papas da língua.
De repente tudo isso se defronta com a prerrogativa de dizer "não". E "não" pode ser dito de tantas e diversas maneiras que confundem todas as gotas do meu ser, aquela coisinha pensante que não aceita as coisas mastigadas como a TV e oa buracos da rua que já virou patrimônio histórico.
De tão decidida, mudei o percurso e tropecei na dúvida de dançar a música ou mudar o disco. Quais e tantas felicidades qualquer uma das decisões poderia trazer ao meu superego e seus tabus tão quebrados? Tenho em mente, mais do que as desvantagens. Então, ligo o som e a vitrola ao mesmo tempo, num confronto interno de qualidade e praticidades.
Encarando as irresponsabilidades e síndromes alheias, e assumindo as minhas também, eu sigo em frente e já finjo não ser apenas mais uma "alegre deprê", como na música dos Móveis. Finjo porque rebelar já não cabe masi no sentido da palavra, não tem tempo nem espaço e muito menos liberdade. Ser livre e não poder sonhar, sonhar e ter que viver meus sonhos minunciosamente, escondendo o real sentido dos sorrisos e ao mesmo tempo não os negando a ninguém - a verdade é só minha e minha hipocrisia começa onde a sua ultrapassa o limite. Sinceridade ñao custa nada, mas se acumula nas prateleiras das grandes magazines. Pra mim, artigo de luxo é dividido com quem merece. E ponto.
Mas não estou na moda nem quero levar uma vida comum, não sou nem muito alternativa nem excêntrica. Muito menos irônica, imagina.
domingo, 18 de maio de 2014
Revirando - parte 2
A luz se acende.
Revirando - parte 1
Depois de muito fugir, resolvi revirar minha própria mente em busca de alguma situação ou alguma soma de fatores que tenha dado o "start" a toda essa minha confusão. Sentimental, psicológica, social, familiar, de trabalho, de saúde, espiritual... generalizada!
Que eu sinto tudo mais do que o normal, sim, eu sei, mas isso também me faz amar e acreditar mais do que o normal também. Por vezes até mais do que o aceitável. Que eu sou meio alternativa e exêntrica, demais para alguns, também sei. Mas... de fato tem algo de errado, que anda fazendo tudo transbordar.
Me sinto como um animal acuado, num misto de raiva, de medo, de tristeza, de ansiedade, de auto proteção... de esperança? Um pingo, por quê não? Sozinha, ameaçada, assustada, eletrizada, humilhada, carente. É como se eu estivesse em perigo e pronta ou para atacar alguém (até a mim mesma), ou para morrer.
Da expectativa ao sentimento
Noite escura
domingo, 4 de maio de 2014
Do buraco - parte 1
Abro os olhos. A névoa permanece num entardecer, não há sol nem escuridão, mas meus olhos se forçam a enxergar, não se acostumando fácil com a realidade. Olho para minhas próprias mãos, sujas, de... terra! Meus braços, meu corpo inteiro, que vou tentando tirar de montes e montes de terra. Quanto mais eu me esfrego, em desespero, para tentar me limpar, percebo que meu corpo vai desaparecendo com a terra. Mas eu sinto que estou aqui! Mais terra vem surgindo, lá do alto, caindo e pesando sobre mim, me deixando confusa e cada vez mais desesperada. Como se já não bastasse ter tão pouco espaço para tentar me livrar, parece que quanto mais eu me movimento, mais ele se fecha a minha volta, me sufocando.
Canso. Deixo a terra cair enquanto minhas lágrimas rolam, num choro sentido, soluçado, gritado. Desespero, mágoa, dor, raiva, confusão, revolta. Como vim parar aqui? O que está acontecendo? Meus pais devem estar me procurando. Será que ninguém mais deu falta de mim até agora? Pouco importa. Só quero sair daqui.
O tempo passa até que eu resolva olhar para cima, e, por entre a névoa, consiga ver alguns vultos e suas pás, que não hesitam em jogar mais e mais terra. Ouço vozes, conversas, risadas. Custo a acreditar que tem alguém lá em cima fazendo isso. Será que não perceberam que estou aqui? Será que eu caí nesse buraco? Grito, a todos pulmões, mas não ouço minha voz. Minha voz parece apertar minha própria garganta, me estrangulando aos poucos, e consumindo o pouco ar que consigo puxar. Agito minhas mãos, ainda tentando gritar, tentando tirar meu corpo cada vez mais soterrado da terra, para poder saltar e chamar atenção. Minha voz não sai ou ninguém me ouve, nem eu mesma? Sei que tento, tento, até cansar novamente.
De repente a dúvida maior vem na minha mente. Será que eles sabem o que estão fazendo? Será que estão mesmo me enterrando viva? Não. Me recuso a acreditar, enquanto, ao mesmo tempo, sei que mu maior defeito é acreditar demais na bondade das pessoas, caindo em diversas armadilhas. Não acredito, mas não duvido. Finjo novamente para mim mesma que não importa. Quero é sair daqui.
Vai anoitecendo e os vultos começam a tomar forma, começo a distinguir rostos e sons. Eles me conhecem! Grito mais, em vão. Tenho a impressão de estarem olhando na minha direção, mas não sei se estão olhando somente para a terra que jogam, jogam ,e jogam. Pás e mais pás. Olho para cada um, com dor, pensando em tudo o que já passamos, em tudo o que já sentimos, no quanto me abandonaram... no que estão fazendo agora. Ei, eu estou aqui! Parece que nunca existi. Me dou conta de que não existo ali, estou invisível, visível só para mim mesma. Filmes, cenas, palavras, se desenrolaram e desfilam na minha mente, na frente dos meus olhos. Eu sinto toda a dor, por ter amado tanto cada um deles, por ter acreditado e me doado tanto... a ponto de não sobrar mais nada para mostrar e nem que os faça parar e me enxergar, ver o que estão fazendo, e parar com esse pesadelo.
O tempo passa e a terra cai, já quase cobrindo meus braços que não existem. Sinto cada pedaço do meu corpo dolorido, mas ele não está lá. Não posso ser vista, não posso explicar, mas eu me sinto viva! Já não faço mais nada, nem mesmo choro, nem mesmo grito, como se todas as minhas forças tivessem esgotado. Resolvo olhar um pouco mais pra dentro, e percebo que eu não mereço ficar ali. Se vão me ajudar ou não, eu preciso antes voltar a existir, ao menos para mim, para depois tentar fazer com que parem ou conseguir escalar esse buraco. Mas como?
quarta-feira, 30 de abril de 2014
Samhain em mim
A Different World - Cecile Corbel (tradução)
Um Mundo Diferente
Olhe para o céu, se você se sentir solitárioEste é o mesmo céu que eu olho muito
Lembro-me do dia em que seus olhos caíram sobre mim
Olhos tão brilhantes? Agora eu estou querendo saber
Por que você está triste?
Você sabia que eu tinha que partir
Porque eu vivo em um mundo diferente
Eu ainda não estou tão longe de você
Eu me sinto tão pequena no jardim
Minha mente fica inquieta quando eu penso em você
Nós somos tão iguais e tão diferentes
Não apenas amigos, então me prometa
Por favor, não fique triste
Embora seja hora de partir
Se isso é amor verdadeiro
Por favor, salve um lugar em seu coração para mim
terça-feira, 29 de abril de 2014
Dia que não é dia
Desisto. Choro. Arranco minha roupa e apanho aquele moletom, grande e confortável, me sentindo um pouco mais acolhida ao vesti-lo e pensar que preciso de paz. Deitar na cama, ligar a tv e não assistir nada além dos meus próprios pensamentos. Dormir com as gatas enroscadas nas minhas pernas e cobertas. Me sentir um pouco mais comigo mesma. Quem sabe, conseguir escrever, desenhar, criar, qualquer coisa que me faça sumir no meu próprio universo particular.
Penso que é besteira, que eu deveria sair de qualquer forma, que é drama demais. Mas não, algo me acorrenta em mim mesma e hoje tudo parece difícil demais, como um dia que é noite, como um dia que não é dia. Fecho as cortinas.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Solidão povoada
domingo, 20 de abril de 2014
Estupro criativo
sábado, 19 de abril de 2014
Navy Taxi ou um recomeço
Recomeçar. Sabe, não é como se eu estivesse perdendo minha própria mente. Mais uma vez. Penso que a mente deveria ser parte de nossa essência, ou, para os momentos céticos de uma vida petulante, toda ela. Perder sua própria essência... isso mais me parece a uma garrafa vazia de um bom e velho whisky, que ao mesmo tempo que se esgota, te deixa atordoado - variando de um incontrolável êxtase ao mais profundo buraco. Dou voltas e voltas em torno de mim mesma, me olhando com estranheza: - Quem diabos é esta que se enfiou ai? Quem chamou? De onde nasceu essa porra?! Sei que continuo ali, aqui, em algum lugar, gritando por uma revolta, tão doce e fria quanto meu próprio sufocamento fora... Assim, sem ser notado, de mansinho, uma pá de terra por vez, com algumas sementes, que florescem, ou não, dão frutos, ou não, e atraem abelhas barulhentas, insignificantes, dolorosas... Venenosas.
Navy Taxi (Tradução)
A chuva chuviscou em meu rosto, muito obrigado, colegaE eu perdi dez libras no caminho
Pensando nisso, eu gastei ontem à noite?
Quando eu estava bêbada, eu queria ficar mais bêbada ainda
Perdi o trem, muito obrigado, colega
Eu não queria estar atrasada hoje, porque eu sempre estou atrasada
E eu realmente odeio estar atrasada
E agora o outro trem está atrasado... ótimo.
Carregando as malas e eu homem de táxi azul marinho disse:
Aproveite a chance, amor.
Porque você não precisa correr
Porque a vida é sua e de mais ninguém, coração.
Não deixe ninguém colocar-te em uma caixa.
Então eu peguei todas as outras coisas que eu disse antes
E vou fazer funcionar
Porque eu estou perdendo minha mente, e isso está me deixando louca
E então eu tentei te ajudar a carregar as compras
Mas eu não estava concentrada, eu estava conversando
E eu tinha pego no lado disso e rachou
E eu tentarei te ajudar a caminhar mas eu provavelmente vou acabar levando vantagem de você
Mas não se preocupe, eu nunca te deixarei cair
E eu sou teimosa, eu grito e vou te cortar fora
E eu vou fazer você se sentir como eu nunca quis que você se sentisse
E eu sou teimosa, eu grito e vou te cortar fora
E eu vou fazer você se sentir como eu nunca quis que você se sentisse
Carregando as malas e eu homem de táxi azul marinho disse:
Aproveite a chance, amor.
Porque você não precisa correr
Porque a vida é sua e de mais ninguém, coração.
Não deixe ninguém colocar-te em uma caixa.
Então eu peguei todas as outras coisas que eu disse antes
E vou fazer funcionar
Porque eu estou perdendo minha mente, e isso está me deixando louca
E dessa vez, vai ser diferente,Dessa vez, vai ser diferente 9X