quinta-feira, 19 de junho de 2014

Esqueci das palavras

Santo Merlin! O que devo escrever?

Tanto e muitos pensamentos tagarelando na minha cabeça, e eu não tenho o que escrever. Até mesmo o barulho das teclas duras se torna suave e a playlist repete milhões de vezes, sendo que eu nem reparo mais em que música está tocando. Roda, roda e roda.

A palavra não é só meu meio de comunicação, são os dedos uma ponte entre a mente e um novo mundo onde a palavra é minha ideia materializada num jogo de acaso e fatalidade, como em qualquer um em que se lançam dados. Ela pode percorrer todo universo e não ir a lugar algum, de nenhum a qualquer um ou sair balbuciando meu be-a-bá pelo mundo a fora ou no ouvido de alguém.

Esta atual incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto (de quê?) procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Até mesmo de mim mesma. E acabam por ficar meias-palavras, meias-calças e meio-fios.

Assim descubro que o que eu não sei dizer tem mais importância até mesmo do que digo. Parece que as palavras me impedem de dizer a verdade, nua e crua, como navalha na carne.

Por fim, não há palavras.

Como também não há explicação abrangente e justa sobre cada momento-comum tão meu e tão pouco compreensível, que acontece da tela pra cá.

Continuo sem ter o que escrever, ou sem saber separar uma coisa da outra.

E insisto que todo homem tem uma sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma linda aurora.

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