quinta-feira, 19 de junho de 2014

Sobre a vergonha tão bonita



Sinto minhas bochechas queimarem com o sorriso que insisto em esconder, imaginando você me olhando um pouco de cima, profundamente, como se me entendesse, com os olhos semiabertos e sério, naquele silêncio que já me encanta mais do que deixa sem graça.

Corro para me esconder dentro de mim mesma, encontrando ali aquela menininha que nunca fui e verdades acorrentadas, deixadas apenas para mim mesma e povoando meu infinito particular com brilhos de diversas intensidades.

O fato é que você realmente me olha, e eu volto, deixando escapar o quanto gosto de estar ao seu lado, mas acho que você não sabe, ou que é cedo para eu dizer. E é naquele beijo combinado com apertões que me tiram o ar, que aquela menina cresce, voltando a ser apenas uma mulher, e sinto seu coração acelerar, seu cheiro, sua pele tocando a minha. E ao mesmo tempo que sinto tudo, me inebriando pro detalhes, viajo para tão longe e tão ali, em você. Apenas.

Mas a realidade bate a porta e volto a colocar os pés no chão. Me flagro escrevendo, pensando, sentindo, rindo das nossas coincidências e do quanto não sou assim, admirando cada detalhe seu. Pera, não, nada disso faz sentido e a alma pede um pouco mais de calma.

Respiro, fundo. Espantando a névoa apaixonante. Mas ai vem você, de novo, também com as bochechas vermelhas e tudo aquilo que tem me feito sorrir, me puxando pela mão e trazendo tudo novamente.

Paro de pensar, e sorrio de verdade.

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