sábado, 28 de junho de 2014

Coração vagabundo



Era para ser bom, mas agora sinto o misto de dor, agonia e esperança, resultados do que eu já não me permitia sentir, e me entorpeço. Entorpeço minha mente e minha voz pra já não mais dar importância aos dramas desse coração - que não somente se recusa a ser entorpecido, quanto tem a mania de sentir demais, ou de menos. Dessa vez, foi o demais que me nocauteou.

Me entorpeço porque já não sei se ê fruto da minha imaginação, pressentimento ou a realidade ali na porta. Ainda tento levantar, cambaleando, sentido o peso das emoçoes contra o peito. Falta o ar. Olho para cima, céus, como pude me deixar cair nessa novamente. 

sábado, 21 de junho de 2014

Yule



Depois de uma longa e pesada Roda Escura, que ainda não acabou, o Sol começa a renascer.

Abro meus olhos e as janelas, emocionada, fitando o céu, agradecendo até mesmo pelas dores e por tudo que conquistei mesmo assim. Agradecendo por essa nova etapa. Está nublado, mas eu sei que você está lá Sol. Respiro fundo e o a luz invade minha alma, meu coração, meus pensamentos... minha vida. Vejo que a Criança da Promessa, o Deus renascido, também renasce em mim, renovando minhas esperanças, me dando aquele fôlego que tanto esperei e a certeza de dias melhores.

Lágrimas começam a cair. Já não de dor, como aquela que achei que ia me devorar, mas de emoção por tudo que passei e pela força que descobri em mim mesma, aquela que eu achava que jamais teria. Vejo que sou maior, que posso brilhar através da escuridão e que Eles jamais me abandonaram, me ensinando mesmo pelos caminhos mais tortos e aparentemente sem sentido.

Olho para dentro, relembrando cada momento dessa Noite Escura que dominou minha vida, parecendo nunca ter fim, parecendo me acorrentar em mim mesma e ir quebrando meus ossos, meus sonhos, meus sorrisos. Eu os via despedaçados pelo chão a minha volta e nem sequer tinha força para recolhe-los, para tentar fazer alguma coisa com tudo aquilo que ia escorrendo pelas minhas mãos vazias. Pensei que aquilo fosse me destruir, que não iria suportar, vendo tudo se fechar ao meu redor e esquecendo do brilho e do amor que sempre tive.

E então, aquela mesma escuridão me deu as ferramentas e a sabedoria, não só para supera-la mas também para usá-la a meu favor. E eu dancei sobre os corpos caídos, já não uma dança de ira, e sim uma dança de amor por mim mesma! Triunfante, bela, serena, determinada. A Mãe me apresentou faces que até então eu era incapaz de encarar e de viver tão intensamente, e eu as usei, e eu as vivi, deixei que essa força e sabedoria me dominassem para abrir caminho para mim mesma e para que Ele retornasse, trazendo toda sua beleza, toda sua luz, sua esperança e o amor crescente, puro, inocente, poderoso, abençoando esse meu novo mundo.

Com o Seu retorno, inconscientemente fui deixando para trás tudo o que já não servia mais, me livrando de amarras, abandonando tudo aquilo que ainda pesava em meu coração... e dessa vez, sem sofrimento. Abro espaço para o novo, abro espaço para que o amor e a luz voltem a reinar docemente, me trazendo toda aquela energia e poder do novo, olhos brilhantes e sorriso sincero. Seja bem vindo de volta Sol.

Ao mesmo tempo que não sou mais a mesma, tendo passado por mais do que posso acreditar, volto a ser aquela de quem tanto senti falta. Minha essência acorda, meu Eu grita de alegria e minha criança interior comemora, me recebendo de volta, me trazendo aquele amor incondicional, aqueles sorrisos, aquela leveza, ternura e sensibilidade que eu conhecia tão bem. Essa sou eu, acreditando que o amor é sempre o caminho.

Então hoje eu celebro, a Roda gira, agradeço. Agradeço pelas sombras que se foram, por ter conseguido encarar minha face negra, por todo aprendizado e sabedoria, por todo o amor que sobressaiu mesmo em tempos difíceis. Agradeço a Ela, Suas asas me curando, Sua força me resgatando, Sua independência me acordando e fazendo agir. A Ele, que mesmo imerso em escuridão, me ensinou a ter paciência e esperança. Agradeço a todos que estão comigo, em todos os planos, e por ter não só retornado ao seio da minha própria família, mas ter encontrado (ou reencontrado) uma família que escolhi chamar de minha. Vocês foram essenciais nesse despertar.

Fica aqui o meu desejo de que essa Roda Escura esteja sendo profunda para todos aqueles que necessitam, de que o Sol preencha suas vidas e nos traga um Yule maravilhoso. Que o Sol volte a reinar e possamos renovar nossas esperanças, renascer junto com ele, deixando tudo o que for necessário para trás. Que independente da crença, essas bençãos se estendam a todos. Fica meu amor para vocês, sempre incondicional, sempre acreditando, sempre brilhando.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Crônica de um amor ilusório



A noite será clara. A lua, cheia. Ele e ela passearão descalços pela praia. Ele terá em suas mãos duas rosas brancas. Olhará para o mar - este estará belo. Olhará para ela - esta, estará muda. Para o mar, não oferecerá rosas, oferendas a Iemanjá, com um pedido: Oh, rainha do mar, olhar por mim e por ela. Para ela, oferecerá ilusão, atenção e carinho.

Ela, fantasiada de uma personagem louca, estará a sonhar que ele pode ser seu Bukowski. Ele, apaixonado pela paixão e mais nada, sonhará que ela poderá vir a ser sua Isolda. E esquecendo-se das diabruras cometidas pela amargura e do peso que por vezes pode sentir ao carregar tantos sonhos e tantas esperanças, eles falarão de coisas que estar-se-ão dispostos a acreditarem reais e profundamente sentidas.

Conversando, deixarão para trás o mar murmurento e caminharão até um bar - o qual poder-se-ia acreditar saído das páginas do "Crônicas de um amor Louco" - que estará repleto de boêmios, artistas, miches, prostitutas, enfim, apinhado de personagens bossa Anjos da Noite.

A única mesa ainda solitária será encontrada lá, bem no fundo do bar. Eles sentarão, pedirão um whisky, enquanto ao lado, nas mesas ao redor, personagens boêmios e embebedados estarão trocando beijos, risos e abraços escandalosos.

Ela girando com a mão esquerda o copo de whisky, lhe dirá, sorrindo: - Gosto de ti, baby. Gosto porque sei que dentro dessa sua imensa solidão interior - somente amenizada pela sua paixão pela paixão - você consegue arrastar-se daqui; ferir-se dali; roçar a felicidade num extremo; mergulhar no outro; mas, teimosamente, manter acesa dentro do mais recôndito de ti, a chama da paixão pela sua própria paixão.

Ele ouvira. O que tem a dizer? Nada, somente ouvira. E então, lembrará de alguma coisa linda, lida, que dizia mais ou menos assim: "Palavras, palavras. Não será tudo palavras? Palavras que a paixão destila, essa paixão fingida e falsa que nada revela, nada sente, apenas expressa, dá-se gratuitamente e espera um exercício, para chegar a algum lugar."

E - verdadeiramente - ele dirá: - Ela, a paixão, não será assim mesmo? Uma dissimulação? Uma expressão? Um mero jogo de embustes? E os apaixonados, não serão vendedores de ilusão?

Ela passará delicadamente a mão no rosto dele, e sussurrará repetidas vezes: - Bobo, ah seu bobo! Ai complementará, maliciosamente - ainda iludidamente louca, que encontros bukowskianos jamais podem terminar numa mesa de bar. Então muita coisa estará por acontecer dentro dessa invertida trilogia.

Mas o dia raiará. E, em o dia amanhecendo, com certeza cada um irá para o seu canto. Ela, ainda sonhando em encontrar o seu Bukowski - encontrara, encontrará? Ele também ainda a sonhar com a vinda de sua Isolda - virá? Não sei baby.

Ela talvez venha a dizer: - A gente volta a se encontrar. Certamente - ele responderá monossilábico antes de se despedirem com um leve beijo na boca.

Eles, iludidos ou não, terão sido felizes, Momentaneamente? Inutilmente? Não importa, desde que se repita. Afinal de contar, o raiar de um novo dia sempre foi, continua sendo e será um novo dia, não é baby?

(Crônica escrita em 2009 para alguém que nunca foi um amor)

O amigo e a sede



Mais ou menos, generalizando, há três tipos de amigos quando você está feliz.

O que vai falar "nossa! o que aconteceu? conta conta!", um segundo que vai falar "ah é? eu também, lembra daquele cara que te falei?, e o último, "ahm... passa a água?".

Com o primeiro, você pode se decepcionar porque ele nunca diz nada, quem fala é você. Com o segundo, você pode se decepcionar porque ele fala o tempo todo. Quem fala não é você. E com o terceiro você pode se decepcionar, mas só até perceber que você é fundamental na vida dele.

Com o tempo, você vê que a sede é só para te fazer sentir útil na vida dele, e que é o mesmo jeito tímido dele demonstrar o quanto gosta e precisa de você. Ele sempre vai ouvir, mesmo que tenha só comentários sobre a água estar muito gelada. E sempre vai falar, mesmo que seja para pedir mais. E quando você achar que está tudo acabado porque cortaram a água, ele vai chegar com uma coca-cola. Vai ver que essa é a tal da amizade verdadeira, a que fala e escuta, que que independente do que acontecer sempre existirá, e quando você menos esperar, vai te acrescentar algo.

Por falar nisso... Tô com sede, tem água?

(Texto escrito há alguns anos para meu eterno amigo Bruno Rosas, entre trancos e barrancos mas o amor mais amigo que eu poderia ter ao lado, sempre)

Quero

Alguém me disse que para cada certeza existem mil "porquês", que quando questionados podem gerar ainda mais dúvidas, que levarão a somente mais uma certeza - a qual ainda pode ser questionada - muito provavelmente oposta à primeira.

Como autodefesa, nos privamos de lembranças, de situações, de pessoas, de pessoas, do que for. Privamos-nos, para não sofrer. Trancafiamos-nos em nossas próprias ilusões, mentimos para nós mesmos - e não que isso seja consciente e proposital.

Pode ser que um único "por quê" revolucione um mundo em apenas um segundo, como é bem possível que uma única certeza revolucione uma vida. Assim como uma simples pergunta pode gerar as maiores surpresas: o que você espera da sua vida?

Cada um com seus objetivos, cada um com suas certezas tão certas ou incertas quanto sua própria razão, com seus projetos... Mas creio que tudo gera em torno de um mesmo fator, a realização, seja como for, em diversos âmbitos, mas que seja plena.

Eu, por exemplo, quero continuar estudando, trabalhando, mas não somente trabalhar para mim mesma e para ter dinheiro para a cervejinha no final da semana. Eu quero ser reconhecida, quero colaborar com o mundo, construir algo, nem que seja uma ideia, um conceito, para muitos, ou para quem merece. Quero fazer o que gosto. Quero sentar com bons amigos e levar a fio discussões saudáveis e intermináveis, quero apoiar e admirar, quero apoio e admiração. Quero sorrisos sinceros, quero incentivo às minhas ideias, quero ajudar a realizar sonhos.

Quero também um grande amor, pra vida toda, talvez. Quem não quer? Não pela aparência e não pela admiração, porque um dia tudo acaba ou decepciona. Mas um amor que vá além disso e me renda momentos de felicidade intensa, sorrisos sem igual, um companheiro de verdade, que me olhe como sou e além de completar, acrescente, cresça.

Quero não plantar uma árvore, mas um jardim, uma horta, quem dera um roseiral inteiro. Plantar uma semente agora, como uma atitude, pensamento ou projeto, e lutar por ela, regar, proteger, ver crescer, firme, forte, saudável e muito, muito bonita.

Isso são certezas - sim, são. Mas provindas de questionamentos, e sujeitas a revisões, e principalmente, aprimoramentos.

Sobre a vergonha tão bonita



Sinto minhas bochechas queimarem com o sorriso que insisto em esconder, imaginando você me olhando um pouco de cima, profundamente, como se me entendesse, com os olhos semiabertos e sério, naquele silêncio que já me encanta mais do que deixa sem graça.

Corro para me esconder dentro de mim mesma, encontrando ali aquela menininha que nunca fui e verdades acorrentadas, deixadas apenas para mim mesma e povoando meu infinito particular com brilhos de diversas intensidades.

O fato é que você realmente me olha, e eu volto, deixando escapar o quanto gosto de estar ao seu lado, mas acho que você não sabe, ou que é cedo para eu dizer. E é naquele beijo combinado com apertões que me tiram o ar, que aquela menina cresce, voltando a ser apenas uma mulher, e sinto seu coração acelerar, seu cheiro, sua pele tocando a minha. E ao mesmo tempo que sinto tudo, me inebriando pro detalhes, viajo para tão longe e tão ali, em você. Apenas.

Mas a realidade bate a porta e volto a colocar os pés no chão. Me flagro escrevendo, pensando, sentindo, rindo das nossas coincidências e do quanto não sou assim, admirando cada detalhe seu. Pera, não, nada disso faz sentido e a alma pede um pouco mais de calma.

Respiro, fundo. Espantando a névoa apaixonante. Mas ai vem você, de novo, também com as bochechas vermelhas e tudo aquilo que tem me feito sorrir, me puxando pela mão e trazendo tudo novamente.

Paro de pensar, e sorrio de verdade.

Esqueci das palavras

Santo Merlin! O que devo escrever?

Tanto e muitos pensamentos tagarelando na minha cabeça, e eu não tenho o que escrever. Até mesmo o barulho das teclas duras se torna suave e a playlist repete milhões de vezes, sendo que eu nem reparo mais em que música está tocando. Roda, roda e roda.

A palavra não é só meu meio de comunicação, são os dedos uma ponte entre a mente e um novo mundo onde a palavra é minha ideia materializada num jogo de acaso e fatalidade, como em qualquer um em que se lançam dados. Ela pode percorrer todo universo e não ir a lugar algum, de nenhum a qualquer um ou sair balbuciando meu be-a-bá pelo mundo a fora ou no ouvido de alguém.

Esta atual incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto (de quê?) procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Até mesmo de mim mesma. E acabam por ficar meias-palavras, meias-calças e meio-fios.

Assim descubro que o que eu não sei dizer tem mais importância até mesmo do que digo. Parece que as palavras me impedem de dizer a verdade, nua e crua, como navalha na carne.

Por fim, não há palavras.

Como também não há explicação abrangente e justa sobre cada momento-comum tão meu e tão pouco compreensível, que acontece da tela pra cá.

Continuo sem ter o que escrever, ou sem saber separar uma coisa da outra.

E insisto que todo homem tem uma sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma linda aurora.

Máscara

Ser transparente não serve de nada, não tem necessidade alguma e as vezes também não ajuda em absolutamente nada, só atrapalha. E assim vestimos nossas máscaras, escondemos nossas verdades por trás de um pano púrpura e contribuímos para o exército da solidão, da hipocrisia, de tudo aquilo contrário ao real mas que acontece, involuntariamente o tempo todo.

As vezes eu queria ser menos humana.

Queria ser menos coração.

Queria estar menos sujeita.

Queria ser mais.

Dar razão a quê? Aos sentimentos ou á lógica? Razões e caminhos tão diferentes que sempre levam ao mesmo lugar. E por que pensar na razão? E por quê pensar? Sigo andando sem pensar no porquê disso e daquilo, apenas que o que tem que ser é... Se não, nme passa por mim. Novamente a entrona da lógica, sempre sem ser convidada.

Não consigo



Eu queria escrever sobre isso.

Eu queria escrever sobre o que eu não sei, sobre algum momento que não passa, sobre uma música bonita que não para de tocar, sobre o barulho do mar invadindo minha janela a noite.

Queria poder explicar alguma coisa, entender o motivo de tanta cosia que gira em minha mente... E não tem como sair, não tem portas, janelas, brechas. Queria mandar tudo para o espaço, que se percam na luz, no tempo, em si mesmos, mas não em mim.

Me persegue na rua vazia a noite, como uma brisa trazendo um perfume que poderia ser desconhecido, não é almíscar nem vinho, mas me incendeia. Chove fino e o horizonte parece tão longe quanto o meu pensamento, que não volta, não tem controle, não me abandona. Um riso doce perdido, sem motivos.

O silêncio se torna música para meus ouvidos, a música que não acaba mais... Eu não consigo chegar em casa. Quero apenas deitar a cabeça no travesseiro, tentar dormir, e com você brilhando no escuro... apagar.

E acordar ainda sem saber.

Eu?

Eu não sou tão madura nem tão alternativa, não defino meu estilo nem copio penteados, não durmo de barriga pra cima e uso All Star até debaixo de chuva ou na praia. Separo meus CDs metodicamente e tomo comprimidos de manhã, sou uma boa garota tanto quanto meio perdida, ao mesmo tempo que sou uma mulher decidida e confesso não gostar de relógios e da hipocrisia tão dissimulada que ele pode ocasionar.

Tá bem, não quero ser tão normal quanto os outros pensam. Como se isso fizesse sentido, estivesse estampado na minha testa e não fosse tão irônico (imagina, irônica? eu?). Ouço música no chuveiro, não perco o fôlego lendo alguma tradução dos livros de Saramago, misturo tintas e esqueço os pincéis, não faço as coisas numa ordem muito lógica, esqueço do que não me interessa, não tenho medo de barata nem de avião e nem de elevador, não suporto o sol mas acho bonito, sigo meus sonhos e não a moda, não tenho raízes e estou perdendo as papas da língua.

De repente tudo isso se defronta com a prerrogativa de dizer "não". E "não" pode ser dito de tantas e diversas maneiras que confundem todas as gotas do meu ser, aquela coisinha pensante que não aceita as coisas mastigadas como a TV e oa buracos da rua que já virou patrimônio histórico.

De tão decidida, mudei o percurso e tropecei na dúvida de dançar a música ou mudar o disco. Quais e tantas felicidades qualquer uma das decisões poderia trazer ao meu superego e seus tabus tão quebrados? Tenho em mente, mais do que as desvantagens. Então, ligo o som e a vitrola ao mesmo tempo, num confronto interno de qualidade e praticidades.

Encarando as irresponsabilidades e síndromes alheias, e assumindo as minhas também, eu sigo em frente e já finjo não ser apenas mais uma "alegre deprê", como na música dos Móveis. Finjo porque rebelar já não cabe masi no sentido da palavra, não tem tempo nem espaço e muito menos liberdade. Ser livre e não poder sonhar, sonhar e ter que viver meus sonhos minunciosamente, escondendo o real sentido dos sorrisos e ao mesmo tempo não os negando a ninguém - a verdade é só minha e minha hipocrisia começa onde a sua ultrapassa o limite. Sinceridade ñao custa nada, mas se acumula nas prateleiras das grandes magazines. Pra mim, artigo de luxo é dividido com quem merece. E ponto.

Mas não estou na moda nem quero levar uma vida comum, não sou nem muito alternativa nem excêntrica. Muito menos irônica, imagina.